Divertida Mente: Sabe o que eu achei desse filme?

Divertida Mente, o que se passa na cabeça das pessoas?

Talvez você já tenha feito esta pergunta? Quem nunca teve vontade de entrar na cabeça de alguém para bisbilhotar as ideias alheias? Quem nunca ficou curioso em entender porque certas pessoas agem de determinada maneira? Pois bem…

Ontem levei meu filho Miguel ao cinema para assistir o novo filme da Pixar, Divertida Mente. Eu fui apenas para acompanhar, mas fiquei impressionado com o que vi e aprendi.

Eu não vou falar do visual ou dos efeitos especiais porque, seria chover no molhado. São impecáveis! Só para ter ideia, em vários momentos do filme você tem a impressão de que os personagens são reais.

O que mais me chamou a atenção foi o roteiro do filme, Divertida Mente é realmente brilhante, absolutamente criativo e nos proporciona uma viagem inusitada aos labirintos da mente humana. Adaptado para ser acessível a pessoas de todas as idades, o filme nos dá uma versão concreta sobre como a mente e a memória humana funcionam.

A mente humana experimenta diversas fases durante a sua jornada de descobertas do mundo, uma delas é o solipsismo, que é a impressão de que somos a única mente pensante e que o mundo, as pessoas e os objetivos agem e reagem em função dos nossos pensamentos.

Outra impressão que nos acomete em algum momento da infância é a de que dentro da nossa cabeça habitam pequenos homúnculos, mini homens que nos dirigem com pedais e alavancas, como se o nosso corpo fosse um robô.

O roteiro do Divertida Mente trabalha, dada as devidas proporções, o conceito dos homúnculos, o filme impressiona por dar forma aos conceitos mais abstratos da mente humana.

A história gira em torno da vida de uma garota, Riley, que aos 11 anos se muda com a família para uma cidade grande, diante das novidades novo habitat, da adaptação no colégio, dos hábitos virtuais, surge na mente de Riley os hilários protagonistas do filme, as cinco grandes emoções: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojo, os homúnculos que habitam a sua mente.

Com cores e temperamentos distintos e obviamente infantilizados, para facilitar a compreensão das crianças, eles ganham um realismo, uma identificação impressionante com o nosso modo de agir.

Há muita psicologia no filme, e a memória ganha um tratamento mais do que especial, o filme soluciona e mostra com maestria a engenharia mental que fazemos para memorizar para sempre algumas lembranças e o que ocorre quando esquecemos outras, usa uma linguagem divertida sobre como funciona os mecanismos de memória de longo prazo, além de mostrar como se forma a personalidade.

O filme é quase uma aula de ciência. Daria uma bela tese de doutorado. Creio, inclusive, que servirá de discussão em muitos cursos de psicologia mundo afora.

A emoções em destaque são a Alegria e a Tristeza, mas o filme não deixa de abordar a depressão, um mal que assola a humanidade, e a ansiedade que foi associada diretamente a figura magricela e cômica do homúnculo, Medo.

Por se tratar de desenho animado, o público alvo do filme são as crianças, mas toda família deveria assistir. O filme pode funcionar como uma terapia familiar leve, por isso recomendo aos marmanjos que levem seus filhos para assistir. Acredite: vale mais do que ver uma partida de futebol. A propósito: numa sala de cinema lotada não tinha mais do que meia dúzia de pais, o restante eram as mães com as crianças.

A mensagem do filme é perfeita para os atuais momentos difíceis que o nosso país vem enfrentando, com pessoas perdendo emprego e tendo que fazer mudanças radicais em suas vidas. A mensagem nos mostra que embora passemos por situações difíceis a alegria deve prevalecer.

No filme a Alegria nos ensina que devemos nos esforçar para procurar o melhor nos outros e encontrar momentos felizes, mesmo nas adversidades. O objetivo da protagonista, Alegria, é cumprir uma meta: no final do dia ter formado um estoque generoso de memórias felizes que durante o sono serão devidamente guardadas nos arquivos de longo prazo.

Você assistiu ao filme? O que achou? Deixe aqui o seu comentário abaixo.

Um forte abraço,

Renato Alves é escritor, pesquisador e primeiro brasileiro a receber o título oficial de melhor memória do Brasil, pelo Guiness Book, o livro dos recordes. Autor de um método patenteado de memorização que ganhou reconhecimento nacional e já está presente em mais de 100 países.

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9 Comentários


  1. Adorei o filme! E o que mais me marcou é que a alegria tenta manter a tristeza afastada o tempo inteiro, mas ela também é importante para que possamos rever nossos atos, pois no final quando a menina decide contar para os pais que pensava em fugir de casa foi necessário a açåo da tristeza para que tudo se estabilizasse, ou seja, todas as nossas emoções são importantes, mas devemos sempre buscar a alegria.

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    1. Olá Eliane, com certeza, inclusive as emoções são ótimas aliadas do processo de memorização.
      Abraço,

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  2. Que lindo!!!! Amei o comentário sobre o filme… É quase um alívio!!! Sempre amei essas animações, mas esse filme foi muito especial, pois é um filme muito inteligente… Quando comentei com meus amigos, eles não entenderam a essência do filme. Fico muito feliz por ter esclarecido aqui!!!!

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  3. Acredito que o papel da tristeza é também muito relevante no filme. Esse sentimento se mostra necessário, até mesmo para que a alegria sobreviva.É preciso se permitir momentos tristes, os quais abrem espaço para uma reorganização das nossas prioridades e para a valorização dos momentos alegres. Essa dinâmica da vida – alegria e tristeza – foi explorada de forma bela!

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  4. Renato,
    Eu assisti ao filme no último domingo (02/Ago).
    Tive as mesmas sensações que você. Fomos Michelle (minha esposa), Yasmin (nossa sobrinha) e Eu.
    Voltamos para casa falando exatamente sobre como o filme dará aos adultos mais ferramentas para conversar com seus filhos sobre os momentos da vida.
    Uma outra coisa que me chamou a atenção foi a questão do “painel de comando” ir evoluindo ao longo do tempo conforme a pessoa se desenvolve. Isso mostra exatamente como tudo o que aprendemos se torna recurso para ser utilizado no futuro.
    A questão da memória de curto prazo ir para de longo prazo foi explicada de forma lúdica e MUITO SIMPLES.
    Realmente é um filme que TODOS precisam ver. Muito mais para saber como funcionam e como podem se relacionar melhor com as outras pessoas.
    Excelente artigo!
    Abraços,

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  5. Olá Renato!

    Levei minha filha de 9 anos para assistir e também fiquei impressionado. Muito bom. Lúdico. Faz inclusive os adultos pensarem em como é interessante e importante pararmos pra pensar sobre nossas emoções.

    Adorei seu texto. Parabéns.

    Forte abraço,

    Leandro
    Blog Sua Carreira

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