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Você compra livros para ler ou enfeitar estante?

Procrastinar, postergar, protelar, embromar é basicamente a mesma coisa. Aliás, deixar para depois é uma das maiores causas dos esquecimentos, assunto que trato em meu livro “Os 10 Hábitos da Memorização”. A procrastinação já afetou o seu planejamento em relação a leitura, Você compra livros para ler ou enfeitar estante? ou seja, você compra mais livros do que consegue ler?

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No caso dos profissionais, deixar livros para ler depois o que poderia ter lido ontem significar adiar mais uma vez o seu desenvolvimento pessoal. O psicólogo Alessandro Viana fez um ótimo artigo sobre o problema da procrastinação e apresenta ótimas dica de como evitar.

Procrastinar é algo de que pouco se fala, mas que muito se faz. Embora “embromação” possa ser um de seus quase sinônimos populares, a procrastinação vai um pouco além disso. É um comportamento crônico nocivo, embora muito comum.

É aquele hábito de deixar tudo para depois: uma tarefa “chata”, os estudos, o regime alimentar, as práticas físicas, o abandono de um vício, passar a economizar – coisas que sabemos que precisamos fazer, mas que, por inúmeras razões, ficamos adiando; muitas vezes nos enganando com desculpas frágeis e, não raro, falsas.

O procrastinador é alguém faz várias coisas ao mesmo tempo, exatamente para não fazer aquilo que realmente deve ser feito. Quando pensa no que de fato tem de fazer, sente-se preso e sem reação.

As consequências não raro são danosas, especialmente a longo prazo, quando, olhando pra trás, se percebe quanto tempo foi jogado fora por falta de ação objetiva.

Ao deixar de cumprir certas obrigações, decepcionamos alguém e perdemos credibilidade e oportunidades. Isso se percebe claramente na vida conjugal, no convívio familiar e na carreira profissional. Depois ficamos observando a trajetória de outras pessoas, que entraram em forma, ganharam conhecimentos e avançaram profissionalmente.

Quando vejo pessoas querendo empreender grandes mudanças de imediato, sei que estou diante de um procrastinador, porque ele fica inativo por muito tempo e, depois que percebe nos outros o quanto não evoluiu, resolve mudar tudo de uma vez.

É óbvio que não vai conseguir, porque as nossas grandes realizações são conquistadas aos poucos.

Desse modo, novamente derrotada, essa pessoa tende a desanimar e voltar a procrastinar novamente, repetindo um ciclo fadado à infelicidade.

Enquanto procrastina, a pessoa vai absorvendo estresse por uma oculta sensação de culpa, sentindo a sua perda de produtividade e cultivando vergonha em relação aos demais, por não conseguir cumprir seus compromissos.

A formação de um “enrolador” muitas vezes começa na infância. Crianças podem tornar-se procrastinadoras no futuro por conta do tratamento que recebem dos adultos. Daí a conveniência de revermos constantemente as nossas crenças, para nos livrarmos de influências negativas que adquirimos ao longo da vida.

Duas das vertentes mais clássicas são:

A criança extremamente protegida, condicionada a achar que sempre alguém fará por ela. Quando adulta, ela tenderá, inconscientemente, a sentir-se insegura para agir, por não ter alguém auxiliando-a.

A criança que é exageradamente cobrada. Ela pode desenvolver a característica do perfeccionismo. Assim, ela tende à procrastinação por acreditar que, mesmo se dedicando, não conseguirá realizar as coisas de modo primoroso – e acaba postergando tudo o que acha importante.

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Tratamento
A procrastinação crônica é quase sempre associada a alguma disfunção psicológica ou fisiológica. Portanto, é passível de tratamento.

Quando recebo pacientes procrastinadores, incluo no tratamento algumas recomendações que ajudam muito a livrá-los dessa anomalia. Eis algumas:

– Reconheça, quando está enrolando, que pode haver mais dor em procrastinar do que em realizar a tarefa. Muita coisa é menos complicada do que parece ser.

– Não deixe aquele afazer chato por último, para que ele não se torne urgente e o apavore ainda mais.

– Experimente a sensação de alívio e o fortalecimento da auto-estima após concluir uma tarefa e perceba que livrou-se dela de maneira positiva, enfrentando-a.

– Para encorajar-se, pense no que vai deixar de ganhar ou no que pode perder caso não realize essa atividade. Se puder escrevê-las e avaliá-las seriamente, melhor.

– Se a tarefa for muito trabalhosa, divida-a em partes e vá realizando uma a uma, com um pequeno intervalo entre elas, e comemorando (sim!) a última concluída.

– Abra-se para o novo, deixando de agarrar-se às velhas experiências e crenças. O passado não volta mais; o presente é continuamente feito de novos desafios e o futuro é construído passo a passo pelas ações do presente.

– Quando perceber que está querendo procrastinar de novo, proponha-se a atuar por apenas alguns minutos na ação que está tentando evitar. Pode ser que você perceba que não é tão desagradável quanto pensava e venha a vencê-la (touché!).

– Caso lhe seja por demais desagradável, dê-se uma pausa e passe a fazer algo útil (não pare de agir), mas determine quando voltará ao assunto pendente.

A principal vitória é vencer a procrastinação em si. Trata-se de uma vitória para a vida inteira, como a daquela criança que um dia perde o medo do escuro.

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Gostou do texto? Decidiu pegar aquele livro para ler? Não esqueça de comentar abaixo e indicar para um amigo. Quer receber mais dicas? Curta a minha página do Facebook e inscreva-se no meu canal no Youtube.

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Renato Alves é escritor, pesquisador e primeiro brasileiro a receber o título oficial de melhor memória do Brasil. Autor de um método patenteado de memorização que ganhou reconhecimento nacional e já está presente em mais de 100 países.

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Respostas de 9

  1. Marketing Digital Montes Claros disse:

    Site muito bom, salvei como favoritos no meu navegador.

  2. elenilson araujo disse:

    Um tema, que vivi no nosso meio…

  3. Gosto muito de ler ,obrigada pelas dicas

  4. antonio marcos reis disse:

    olha eu sei que e importante , mais comop faço e pago alguns custo e cd dvd pen driv

  5. muito bom memso, adorei o artigo, sempre que posso dou uma passada por aqui, abraço e façam mais artigos sobre isso.

  6. Claudinéia Pontes Souza disse:

    Olá Renato, na minha adolescência sempre gostei muito de ler, eram até três livros a cada 15 dias, meu “ganha tempo” preferido.
    Autores como Agatha Christie, Sherlock Holmes, Pedro Bandeira e Pablo Neruda eram os meus prediletos.
    Comecei trabalhar muito cedo (aos 11 anos), nunca fui de sair para baladas, então, minha distração mais prazerosa era viajar em cada frase de um livro em que lia. Porém, sempre fui muito criticada por agir dessa maneira. Pode parecer cômico, mas meus pais não concordavam com tantas leituras, talvez, por não terem tido a oportunidade de estudarem.
    Com o passar do tempo, e as responsabilidades cada vez maiores fui deixando o hábito da leitura de lado (o que não contribuiu em nada), e infelizmente o máximo que agora consigo ler são os livros obrigatórios da faculdade, e com muita dificuldade.
    Esqueci de mencionar, estou cursando o sexto período de Pedagogia. Tenho enorme dificuldade para memorizar o que estudei. Embora sempre eu tenha sido aplicada, faço leituras, anotações e fico semanas estudando para as avaliações, noites e mais noites em claro e quando chega a “hora H”, entro em desespero e parece que não me recordo mais nada, isso me deixa muito frustrada… Esse foi um dos motivos que me levaram a procurar o curso, tenho certeza que já está contribuindo para a minha vida não só acadêmica, como pessoal também.

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