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Anotação ajuda ou atrapalha a memorização?

Você já se perguntou se a maneira como anotamos afeta a nossa memória? Ao longo do tempo, percebi como esse hábito é essencial para a retenção de informações e, para esclarecer de vez essa questão, vou compartilhar com você o que descobri ao longo dos anos, além de algumas dicas que utilizo no dia a dia com base no meu método de memorização que se tornou referência em técnicas de memória e aprendizagem.

Escrever ou digitar? 

Segundo um estudo publicado na Frontiers in Psychology, a escrita manual é uma ferramenta poderosa para a memória. Nessa pesquisa, os participantes que anotaram à mão tiveram resultados melhores na retenção de informações em comparação com aqueles que digitaram suas anotações. A explicação está na forma como o cérebro processa essas duas atividades: quando escrevemos, ativamos regiões ligadas ao processamento sensório-motor, fortalecendo a memória cinestésica e reforçando a aprendizagem. Digitar, por outro lado, envolve um fluxo de pensamento menos contínuo, e qualquer interrupção para ajustar o que foi digitado ou corrigir erros acaba prejudicando o processo de memorização.

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A memória cinestésica, acionada quando escrevemos, tem um papel importante, pois ela se relaciona com as experiências físicas envolvidas na ação. A memória é melhorada quando realizamos atividades que demandam uma conexão entre a mente e o corpo, reforçando que a ação de escrever é um excelente aliado no processo de guardar informações. Esse vínculo entre a experiência física de escrever e o cérebro cria um “atalho” para resgatar o conteúdo no futuro, facilitando o aprendizado de longo prazo.

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A importância da escrita para criar “gatilhos de memória”

Escrever à mão também nos força a selecionar melhor as informações, pois dificilmente conseguimos anotar tudo o que ouvimos ou lemos em tempo real. Isso significa que nosso cérebro precisa resumir e escolher palavras-chave durante a anotação, o que acaba criando o que chamamos de “gatilhos de memória”. Esses gatilhos são extremamente úteis, pois, quando os revisamos, automaticamente nos lembramos do contexto completo. Por isso, recomendo anotar com palavras-chave, pois criam esses gatilhos e facilitam o acesso às informações mais importantes posteriormente.

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Além disso, escrever à mão ativa uma concentração maior, pois exige uma maior atenção. Digitar, por outro lado, frequentemente resulta em uma cópia quase exata do que ouvimos ou lemos, e isso diminui a necessidade de processamento ativo do conteúdo. Em outras palavras, escrever nos força a entender e sintetizar as ideias, enquanto digitar pode se tornar um ato quase automático, com menos retenção de conhecimento.

Anotar à mão e o papel da memória cinestésica

A memória cinestésica é um dos recursos essenciais para aprender de forma mais eficiente, sendo ativada quando realizamos tarefas físicas ligadas à experiência, como escrever, desenhar ou até mesmo tocar instrumentos. A memorização está diretamente ligada a essa memória, e que, ao anotar, estamos reforçando o conteúdo por meio dessa experiência física.

Um exemplo interessante disso é quando queremos recordar o número de telefone de alguém. Ao tentar lembrar, nosso cérebro não busca a sequência numérica, mas sim a experiência de digitar ou discar aquele número. Essa é a memória cinestésica em ação, e o mesmo mecanismo ocorre quando fazemos anotações manuais: é como se nosso cérebro “recordasse” não apenas o conteúdo, mas a própria experiência de escrevê-lo.

5 Dicas de anotações que ajudam a memorização

Para maximizar o impacto das anotações na memorização, quero sugerir algumas práticas que podem transformar as suas anotações em ferramentas poderosas de aprendizagem. Aqui estão cinco dicas que uso e que podem fazer uma enorme diferença no seu processo de estudo:

1ª – Sente-se próximo do professor ou da fonte de informação

Quando estamos fisicamente próximos da fonte de conhecimento, nosso cérebro recebe os estímulos de forma mais direta. Isso ajuda na compreensão e permite que façamos anotações com mais precisão.

2ª – Escute primeiro, anote depois

    Tentar ouvir e anotar simultaneamente pode ser confuso, pois o cérebro se divide entre as duas tarefas. Recomendo prestar atenção na explicação antes de escrever, para garantir que estamos compreendendo o conteúdo corretamente. Após ouvir, anote com palavras-chave que resgatem o conteúdo em sua mente.

    3ª – Use palavras-chave

      Palavras-chave são os gatilhos que, ao serem revisados, ativam a lembrança completa do conteúdo. Elas representam o conceito principal da informação e, ao visualizá-las, nosso cérebro retoma o que aprendemos, facilitando a memorização.

      4ª – Faça pequenos desenhos ou diagramas

        Incorporar imagens nas anotações é uma excelente maneira de organizar o raciocínio. Desenhos ativam a percepção visual e reforçam o conteúdo de forma mais leve e visual, permitindo que as ideias sejam processadas de forma mais integrada.

        5ª – Revisões semanais

          Para consolidar o aprendizado, sugiro revisões regulares, pois, ao rever o material em intervalos programados, a memorização se torna mais sólida e duradoura. Escolha um dia fixo da semana para revisar suas anotações por pelo menos dois meses. Assim, você reforça a memorização de longo prazo e garante que o conteúdo ficará presente na sua mente.

          Quando a anotação pode atrapalhar a memorização?

          Embora as anotações à mão sejam geralmente benéficas, é importante saber que anotar tudo sem um filtro pode atrapalhar, pois nosso cérebro se sobrecarrega com informações desnecessárias. A memorização depende mais de como organizamos e processamos o conteúdo do que da quantidade de informações que anotamos. Ou seja, anotar sem pensar pode fazer você perder o foco no entendimento, comprometendo a retenção.

          Outro ponto é que anotações muito detalhadas podem dificultar a síntese mental. Isso ocorre porque, ao revisar um material que contém tudo em detalhes, pode ser mais difícil encontrar as ideias principais. Para que as anotações não atrapalhem, é essencial focar nos pontos-chave e deixar os detalhes para os momentos em que o entendimento completo for realmente necessário.

          O poder da revisão para solidificar a memória

          Revisar é um ato que estimula a memória e nos ajuda a resgatar o conteúdo na mente de forma mais rápida. A técnica da revisão semanal, por exemplo, consiste em estabelecer um dia fixo para reler as anotações. Esse método é muito útil para quem estuda para provas ou concursos e precisa memorizar grandes quantidades de informações. Ao revisar o conteúdo regularmente, você impede que ele se perca com o tempo, e a cada revisão ele se torna mais fixo na memória de longo prazo.

          Então, anotação ajuda ou atrapalha a memorização?

          Com todas essas informações, ficou claro que as anotações podem ser ferramentas valiosas de memorização – mas é importante saber usá-las com inteligência. Anotar à mão não só ativa nossa memória cinestésica, como nos ajuda a criar gatilhos mentais que facilitam a recordação do conteúdo. A memorização se torna mais fácil quando utilizamos palavras-chave, desenhos e revisões, sempre priorizando a qualidade da informação ao invés da quantidade.

          Por isso gosto de reforçar que o papel das anotações é auxiliar a mente a organizar e reter o conhecimento, sendo assim, a maneira como fazemos essas anotações faz toda a diferença. Portanto, da próxima vez que você for estudar, considere anotar à mão e aplicar essas dicas, pois assim estará potencializando sua capacidade de memorização e aprendizagem.

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