Como ter mais foco e evitar a distração

Um dia desses eu estava lendo um livro sobre História e flagrei minha mente pensando em um assunto do trabalho. Mais tarde, enquanto eu escrevia um artigo sobre memória, flagrei minha mente se divertindo com meu filho no futebol.

Se você parar para pensar, verá que é muito interessante essas viagens mentais que nos acomete de vez em quando.

Quantas vezes você estava lendo ou estudando algo e se pegou pensando em coisas completamente diferentes?

O pior é quando viajamos tanto num pensamento paralelo que nem sabemos mais o que fomos fazer naquele cômodo. Ou o que aquela pessoa parada na nossa frente estava dizendo…

A mente humana adora transcender o momento e te levar a pensamentos que vão muito além daquilo que estamos vivendo.

Assim, é normal entender porque muitas vezes sofremos lapsos de memória, distrações, esquecimentos que afetam diretamente nossa produtividade.

A origem dos pensamentos desconexos

Em filosofia aprendemos que o metapensamento é ato de prestar atenção em nossos pensamentos. É pensar nos pensamentos, literalmente.

Ao fazer isso notamos que nem sempre os pensamentos que nos acometem são ruins ou só trazem resultados negativos. Talvez seja apenas um pensamento certo na hora errada!

Talvez aquela beterraba que surgiu em sua mente enquanto você lia um artigo sobre Direito Civil tenha algum significado. Talvez ela seja o fio do novelo de associações espontâneas que seu cérebro cria para poder compreender e fixar um assunto.

Sim, é verdade que às vezes nossa mente “escreve o certo por conexões tortas”. Mas isso faz parte do nosso complexo emaranhado de conexões e redes neurais.

Quando entramos em um estado mental de plena atenção, onde somos capazes de controlar nossos pensamentos, direcionando todo o seu foco para o que realmente é importante, conseguimos elevar nossos conhecimentos, pois conseguimos rapidamente focar e exemplificar algo que estamos aprendendo.

Ao contrário do que muitos pensam, existe, sim, uma grande diferença entre divagar e refletir em meios aos nossos pensamentos. Enquanto um agrega, o outro apenas rouba o seu tempo.

Saber diferenciar reflexão e divagação é um dos passos mais importantes para você conseguir estudar, ler e trabalhar sem interferências.

Fazemos reflexões o tempo todo!

Eu adoro aquelas pessoas que dizem que quando deitam e fecham os olhos para dormir, “não pensam em nada”. Pra ser honesto tenho até um pouco de inveja, porque minha cabeça, da mesma forma que a de bilhões de pessoas, fica fervendo em pensamentos o tempo todo.

Em alguns momentos pensamos em alguma situação que vivenciamos, ou seja, pensando no passado, acessando as memórias.

Em outros nos pré-ocupamos com situações que imaginamos que iremos passar, ou seja, pensando no futuro, usando a imaginação.

O “pulo do gato” consiste em flagrar o que se passa na mente. Assim, conseguimos analisar onde ela está indo e se for necessário corrigir os rumos.

Isto é refletir!

A reflexão serve como uma forma de você ir além do assunto, explorando suas vertentes e encontrando novos conhecimentos e caminhos ao decorrer desse processo. Ou seja, é quando você deixa o básico de lado e se aprofunda em algo.

Assim, você ganha uma bagagem a mais de conhecimento, conseguindo compreender e consolidar isso na memória com mais eficiência.

Portanto, não tenha medo e reflita tudo o que puder e tiver capacidade, você notará uma eficiência muito maior em sua capacidade de falar e escrever sobre os assuntos.

Uma dica: Se você puder tente também anotar tudo aquilo que for pensando, especialmente se for a solução para algum problema que você esteja passando. Futuramente, essas anotações podem ser de grande ajuda.

Quando a distração (divagação) vira um problema

Em minha opinião, divagação é um buraco negro que nossa mente entra e fica presa por algum tempo. É um sequestro de pensamento que ocorre num determinado período, podendo ser uma questão de minutos ou horas, pensando em assuntos, acontecimentos e ideias completamente desconexas.

Isso é bom ou ruim?

Depende…

Por exemplo, vamos supor que você está estudando as leis que envolvem a ultrapassagem de velocidade permitida em uma rodovia, porém está pensando em um sorvete de morango com granulado colorido. Você está divagando.

Por outro lado, você está numa reunião de brainstorm em sua empresa para criar um novo anúncio para uma marca de sorvetes. Neste caso a divagação pode ser útil porque cria associações super originais.

A divagação atrapalha quando tira nosso foco e nos faz perder tempo. Isso acontece frequentemente na leitura.

Nesse sentido, é muito importante que quando for desempenhar uma atividade que necessite de foco e concentração, seu cérebro esteja totalmente livre de pensamentos desconexos, evitando a divagação.

“Mas Renato, como fazer isso?”

Uma dica é que sempre que você perceber que está com um pensamento desconexo ao assunto corrente, procure ocupar sua mente com imagens relacionadas aquilo em que você está estudando. A imaginação (visualização) é uma função que utiliza o hemisfério direito do cérebro. Ocupá-lo ajuda a trazer a concentração de volta ao ponto central.

Policie seus pensamentos!

Os mestres do oriente sempre recomendam 15 minutos de meditação todos os dias, de preferência pela manhã.

Vigiar os pensamentos, esforçar-se para manter a mente silenciosa ou focada num único objetivo exige um tremendo esforço mental. Mas é um exercício que vale cada segundo e energia investida.

Aos poucos você começa a assumir o controle sobre seus pensamentos e passa a escolher apenas os que agregam e transformam para melhor a sua vida.

Para aprofundar um pouco mais nesse assunto, gravei um vídeo complementar, onde falo de maneira clara e objetiva, as diferenças entre divagação e reflexão. Assista ao vídeo e veja como você pode fazer dos seus estudos, trabalho e demais atividades, muito mais eficientes e com ótimos resultados:

Caso você queira comentar sobre uma situação que viveu, sinta-se à vontade. Tem um espaço enorme ai em baixo 😉

Prometo que irei ler e responder todo mundo!

Viva bem. Lembre bem.

Prof. Renato Alves

Pesquisador cognitivo, autor do curso Estudo Memorização e dos livros O Cérebro com Foco e Disciplina e Não Pergunte se ele Estudou. Conferencista e dono do título de Melhor Memória do Brasil.

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